sexta-feira, 15 de julho de 2011
Ainda hoje de manhã estive a ouvir Doors e por a lingua inglesa estar enraizada em nós ou por ser foneticamente smooth não há ali nada que arranhe os ouvidos.
Após 24h a ouvir grandes canções do cancioneiro tuga dos anos 60/70 percebe-se o porquê de poucos terem conseguido alguma coisa fora de Portugal, possivelmente apenas a Amália o conseguiu e furou um preconceito auditivo que marca a nossa lingua.
A fonética do "os" "oz" "az" ... que lhes soa como oshhh e ashhh
Ou a catrefada de erres como Inverno, ter,
"Quis saber de nós
Mas o mar
Não me traz
Tua voz.
Em silêncio, amor
Em tristeza e fim
Eu te sinto, em flor
Eu te sofro, em mim
Eu te lembro, assim
Partir é morrer
Como amar
É ganhar
E perder"
Esta conjunção sucessiva de fonemas tão fortes dão cabo do sistema auditivo a qualquer um... menos a nós, que conhecemos as palavras e o seu significado, e achamo-las tão harmoniosas e quase silenciosas, afinal são coisas que murmuramos aos ouvidos do amor...
A elastecidade fonética da nossa lingua deu-nos a capacidade de sermos incriveis no campo da aprendizagem e pronúncia de outras linguas mas condenou-nos a sermos especialmente irritantes aos ouvidos do resto do mundo (excepto para os nossos amigos eslavos).
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