segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Cada vez maior a Admiração

Dia fixe ontem com a Paula Rego, de manhã no museu em Cascais e à noite em entrevista na televisão. A maioria das pessoas considera-a doida. Isto sem pensar na obra dela, do mais lúcido que há. A Paula Rego não precisa do resto do mundo, ou antes, há muito que para sobreviver, teve de livrar-se dele, principalmente do Portugal mesquinho. Será fácil falar com ela se o tema da conversa pertencer ao universo que ela habita, tudo o resto não interessa e o que lhe conseguem sacar são meias palavras. A Paula Rego dá-se ao luxo de fazer e dizer apenas o que lhe apetece, teve 30 ou 40 anos de oposição, falta de liberdade e imporem-lhe restrições à criatividade, lutou e venceu isso tudo, e ainda há quem lhe acuse das coisas mais absurdas...

Ontem, com imensa piada, quando a Paula Moura Pinheiro lhe perguntou "vamos ouvir o Camané?" ela responde "sim, sim, o Camané, muito inteligente, não o oiço desde ontem...". Esta resposta diz tudo, a capacidade para ver e reinventar em nós as coisas boas com a mesma voracidade de a primeira vez. Quem dera ao resto do mundo ter a mesma habilidade.

Sobre si acrescentou ainda, que não sabe pintar, sabe quanto muito um pouco de desenho. E di-lo com uma enorme sinceridade. Ou a admiração que tem por Menez com quem aprendeu a gravura e a quem roubou tudo porque as ideias dela eram melhores que as suas.

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