segunda-feira, 6 de abril de 2009

Na Semana da Páscoa


Nunca gostei destes playmobil, até hoje!

Conheço muita gente que venera o filme a Paixão de Cristo como se nele se reencontrasse com Jesus Cristo. Falam-me sempre no sofrimento de Jesus. Porventura o terão perdido algures. A Jesus. Quando viam televisão e coleccionavam horrores acumulados em guerras e extermínios e campos de refugiados e minas que explodem ao Deus dará e isto, sem que recuemos no tempo e percorramos todo o sofrimento que milhões sentiram na pele.

Acho estranho que vejam neste filme outra coisa senão O Macabro. O relato da paixão nos evangelhos, não deveria ter servido para algo mais do que sabermos, que como tantos outros, Jesus Cristo caiu perante a maldade do Homem, como antes dele tantos o fizeram e depois, num movimento continuo e circular, nada mudou. Nunca me pareceu que Jesus Cristo quis que fizessem dele naquilo em que se tornou.

4 comentários:

  1. A paixão também pode ser um sentimento agudo de um amor não correspondido. Uma entrega, uma idealização interior de qualquer coisa... Neste caso, a entrega a um Pai-Deus, uma figura idealizada, que por sinais, o encaminha. Nesse caso, a fé pode ser uma entrega dolorosa ou uma caminhada de afunilamento, pois é a paixão ao ideal não visível. Jesus enquanto figura de uma narrativa, levou esse sentimento até ao limite, tal como muitos santos no deserto ou pessoas que se encontram no limite das suas resistências psicológicas, ou muitos homens que sofreram consequências por não se quererem corromper com os esquemas que os rodeavam. Para se compreender essa paixão seria necessário envolver-se na mesma caminhada, ou na tal mensagem que é vinculada para o exterior. O Exterior, neste caso, são todos os que assistiram à crucificação Quem assistiu poderia apenas confirmar que a paixão que Jesus sentia naquele momento (e que ele quis comprovar levando a sua crença até ao limite) era autêntica, mas isso, para quem observa de fora, até poderá admirar mas não se chega a envolver com a paixão.
    Penso que o que ele quis provar aos que o rodeavam era que estava acima de todos, acima de todos os podres. Uma viajem pessoal, interior, que o fortalecia.
    Adimro-o imenso pela boa-fé que tinha e tem enquanto voz activa que perdura. Mas também penso que a iluminação e o racionalismo conquistados pela ciência têm ajudado a guiar a malta.

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  2. o problema é a fraca leitura do Evangelho. Esse é que é o problema. Esse filme, que eu não venero, mas de que gosto (muita gente insiste nessa infeliz comparação à Última Tentação de Cristo), retrata o que está escrito. Como a "malta" vai muito ao cinema e pouco aos livros, estava habituada a pouco sangue, a um "vamos a despachar que daqui a três dias tenho de ressuscitar", ignorando por completo o relato e significado do Evangelho. Já nem digo em termos históricos, "filosóficos", ou na profunda Humanidade, mas, simplesmente, em termos literários em que nada há que se compare ao Evangelho de São João na literatura ocidental. Mas, fica aqui isto que eu costumo dizer: os gregos tinham a presciência daquilo que se consuma no Evangelho. O resto é macacada da modernidade, sem grande valor, interesse, saber.

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  3. Não há problema nenhum.
    Só existem problemas quando se centra a atenção nas motivações dos homens. Qualquer antagonismo é um desequilíbrio desnecessário.
    Por isso, toda a literatura é questionável, qualquer história de vida contada em 3 actos, 5 ou 1, pode ser posta em causa e questionar-se qual será a sua real importância para o bem-estar colectivo da malta. De resto, é saber gozar o momento, com alguma paz de espírito


    http://www.youtube.com/watch?v=DYlCfRiOEhM

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